Tenho na minha cabeça, agora,
a postura de quem ama o Belo.
Porque o meu coração grita pelo desafeto,
ele é trágico e ofende até a mim.
E se não fosse assim, quem seria eu,
vagando pelas ruas desertas, incrédulo,
a viver da insônia da vida?
Eu seria mais um no mundo dos taciturnos:
O próprio vulgar em desatino.
Um retirante desafiando a microscopia da vida.
Mas pra isso existem as palavras: para serem violadas.
E vividas em cada som, eternas, sem fronteiras.
Porque se eu não posso ter, eu as evoco.
E crio as coisas conforme o meu gosto.
As palavras devem ser sacramente proferidas,
elevadas à Natureza.
Devem sublimar-se, etéreas,
tomando pra mim o mundo Belo.
É tão mais fácil perder-me entre elas.
Bebê-las e, então, me entorpecer.
Assim, engendro um mundo resplandecente,
que até eu passo a crer.
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6 comentários:
AAAAAAAAAAAAH, Gabiiiiii!
AAAAAH!
(Veja o teu e-mail e entenda)
AAAAAAAAH! =P
Beijosbeijosbeijos
Bem romântico isso, Gabi, de palavras como escape.
Um dia, numa entrevista, Clarice Lispector disse que não escrevia pra mudar nada que está vigente por aí, mas sim para desabrochar a si mesma. Eu acho isso muito válido (também pudera, vivo fazendo isso, hahahahaha).
Não sabia que você fazia poemas. Gostei desse; gosto de poemas voltados à filosofia.
grande beijo,
Luca!
obs : quem apagou o comment acima fui eu, cometi erros gramaticais e tal.
Nossa Gabi...
gostei muito do seu poema...acho q me vejo tbm, num pouco disso que vc escreveu.
bjos!
Minha terra tem palmeiras onde dorme o urubu,
Quem não gostou do verso vá conhecer o Pacaembu...
Sem sentido, mas rimado!
Assim, engendro um mundo resplandecente,
que até eu passo a crer.
Engtraçado, é incrivel como nós temos capacidade de nos olhar "do alto", sabemos exatamente o mque fazemos, em quenos enganamos, mas deixamos pasasar, fingimos...
Mas a nossa capacidade de enchargar tudo é incrivel...
Seu poema me fez pensar um pouco nisso linda
Bjão!
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