terça-feira, julho 31, 2007

Evocação do Belo

Tenho na minha cabeça, agora,
a postura de quem ama o Belo.
Porque o meu coração grita pelo desafeto,
ele é trágico e ofende até a mim.

E se não fosse assim, quem seria eu,
vagando pelas ruas desertas, incrédulo,
a viver da insônia da vida?

Eu seria mais um no mundo dos taciturnos:
O próprio vulgar em desatino.
Um retirante desafiando a microscopia da vida.

Mas pra isso existem as palavras: para serem violadas.
E vividas em cada som, eternas, sem fronteiras.
Porque se eu não posso ter, eu as evoco.
E crio as coisas conforme o meu gosto.

As palavras devem ser sacramente proferidas,
elevadas à Natureza.
Devem sublimar-se, etéreas,
tomando pra mim o mundo Belo.

É tão mais fácil perder-me entre elas.
Bebê-las e, então, me entorpecer.
Assim, engendro um mundo resplandecente,
que até eu passo a crer.
Sinto uma vontade imensa de não-sei -o-quê

De ser e não ser

Porque pensando em você

É complicado me encontrar

Assim, digo, ser tão quanto eu devia ser


E nem penso que mais é menos,

Se eu padeço não é de amor




sexta-feira, julho 27, 2007

Frankreich!!!

Esses dia sa vida tem sido bonita, talvez um ar poético tenha

segunda-feira, julho 23, 2007

Eu não tenho muito o que dizer, porque é difícil compreender esse

domingo, julho 15, 2007

Sem título para ter um título

Eu não sabia examente o que escrever, portanto não tinha um título também pra começar. É aí que penso que tem escritores que precisam de um título pra começar a escrever algo e outros que precisam de algo escrito pra nomear. Eu não me encaixo no primeiro nem no segundo grupo. Formo um terceiro, que dá título de acordo com a inspiração, isto é, porque o título sai primeiro, assim como se o texto já tivesse pronto e o título ficasse perfeito, ou porque o texto sai tão fluente que me esqueço de pôr o título, e aí o penso no final.
Nem sei porque escrevo isso. Não faz sentido pra mim. Muito menos pra você que lê! E isso me lembra "Memórias do Subsolo", do Dostoiévski, que eu li há um tempo e às vezes me parecia absurdo. Imagina que lia um texto que me zombava e me prendia ao mesmo tempo de formas precisamente iguais. E o pior é que me via tomada por tamanho pessimismo e angústia.
Enfim, não tem nada a ver falar sobre minhas leituras aqui, entretanto sinto vontade de dizer que estou lendo "Cem anos de solidão", depois de muito tempo enrolando pra ler. E queria viver naquele mundo de José Arcadio Buendía. Queria ser talvez Remédios ou Melquíades.Também não. Não queria ser ninguém além de mim. Mas queria estar, ao menos um dia, em Macondo.
Sonho coisas confusas que fazem a minha cabeça tentar entender como tanta falta de causos pra contar ou vivenciar podem me trazer sonhos tão delirantes. Sinto falta das minhas aulas. Sinto uma leve morbidez. Talvez pelas coisas estarem assim sem me empolgar. Sair com os amigos: isso parece sempre interessante. Tenho vontade de passar dias presa num cinema vendo filmes e conversando ouvindo "open your eyes", que por mais melancólica e pedante que possa soar tem marcado essa fase. Eu nunca a escuto por livre e espentânea vontade, apenas sou perseguida por ela, então me rendi!
Agora, enquanto escrevo isso, vejo televisão, digo, mudo de canal sem cessar. E paro no SBT. Mara Maravilha canta pro Gugu. Lembro de um amigo que contava ser uma decepção ver a Mara evangélica, já que ela era o sonho dele (Playboy) quando adolescente. Fico pensando no rumo que a nossa vida pode tomar. Coisas tão absurdas podem acontecer com a gente. Mas não me imagino evangélica. Muito menos capa da Playboy!
Bom, fiquem com raiva ou tirem algum proveito desse escrito. eu apenas volto a ler "Cem anos de solidão", que é pra ficar na minha estranha solidão...ou talvez eu resolva ver algum filme daqui a pouco.

domingo, julho 08, 2007

Preciso me encontrar!

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

(...)


Eu ando sendo tão tola comigo mesma! E o pior de tudo nessa vida é ser tola consigo mesma. Isso quando se é tola em sã consciência, porque, sim, há quem esteja em estado tolo sem sabê-lo. Mas eu tenho consciência e não sei mudar de estado, por simples indecisão. Outro dia tudo estava claro, bonito. Hoje me vejo perdida em pensamentos confusos.

Às vezes a gente descobre as coisas tarde demais. E o pior é descobrí-las e não conseguir mudá-las, como dantes! Pior é o fracasso, a minha inércia perante certas coisas que eu considero primordiais mas que sempre soam complicadas e difíceis pra mim! E será que é tarde? Será que é tarde pra mim? Não, pra mim não é! Mas e a reciprocidade que ...alguém é recíproco nessa vida? Talvez. Mas pode ser que seja uma reciprocidade tímida. Ou ressentida, como eu bem imagino que seja agora. Não, talvez não ressentida...porque havia alguém de se ressentir com o nada!

Ah, lembram-se daquele escrito "antigo" do segredo que poderia ser desvendado? Não que isso tenha alguma coisa a ver. Absolutamente, não tem. Mas, então, ele morreu, secreto como era o seu dono. Não sei se digo que isto foi bom ou ruim.

Enfim, a vida cobra da gente resoluções e mais resoluções. Tô aqui...quebrando a cara mais uma vez. Podendo mudar algo. Não estou de mãos atadas. Mas eu tenho medo da mudança, justamente porque eu sei que quem deve realizar essa mudança sou eu. Independente de qualquer um.

E minhas dores surgem calmas e penetrantes...Ainda dói minha garganta, como brigasse pelo grito que não veio. E o meu ouvido, como gritasse pelas palavras que ainda não ouviu (ou ouviu e não sabe como responder, ainda na sua indecisão insigne, àspera, eloqüente e autodestrutiva?)!

* Por que no dia seguinte tudo que foi escrito parece muito dramático? E por que amanhã ou daqui meia hora tudo volta a ser dramático sem que eu ache dramático? (hehehe)