segunda-feira, janeiro 29, 2007

Ficando pra titia!

Literalmente eu estou fiacndo pra titia! O baby da minha irmã nasceu essa madrugada! Nem vi o pimpolho ainda porque ela foi ao hospital apenas para checar se estava tudo certo porque ela estava sentindo umas dores. Como era cesária e já estava marcado pro dia oito de fevereiro, ela só foi fazer uns exames porque a médica queria saber se estava tudo bem!

Eu sempre disse que o bebê nasceria no dia 28 e que ela tinha que marcar a cesária pra esse dia! Mas a médica não quis marcou pro dia 8 e aí deu no que deu. Ela começou a sentir algumas dores nas ultimas semanas e ontem foi o ápice, aí ela foi pro hospital à noite e o bebê nasceu nessa madrugada, dia 29! Quase acertei!

O tempo passa...afff...tia?

Ele vai ser aquariano (igual a mim, embora eu não ligue pra essas coisa..mas sempre falo...hahaha) e eu vou ensinar a ele como ser rebelde! A minha irmã é toda fresca. As crianças sempre me adoram e aí eu vou ensinar um monte de coisas "feias" pra ele! Gosto de criança porque a gente pode ensinar...um pouco diferente de adulto, que é turrão e na maior parte das vezes não dá o braço a torcer!
Eu falo que vou ensinar coisa "feias" mas é brincadeira! Meu sonho é educar uma criança pra que ela seja muito boazinha, obediente, estudiosa, cante, dance, toque piano, fale seis idiomas, etc.



Aí meu filho vira um drogado, maconheiro, traficante.....

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O fim de Jandira

Já era tarde da noite quando Jandira subia a rua de sua casa. Encontrou Geraldo parado na porta com a mão ensangüentada e a cara de desespero:

- Entra, diacho – gritou não muito alto para que a vizinhança não despertasse.

Enquanto entravam, ela surrou a cabeça do homem com a panela que carregava e chiou que ele devia tê-la esperado para fazerem juntos o serviço. Ela adorava ver a cara de sofrimento que elas faziam quando morriam. Era um prazer estranho que ela não revelava pra ninguém, nem mesmo pro companheiro. Sentia um prazer enorme. Às vezes, precisava até disfarçar.
O serviço era comum, já estavam acostumados. Cada dia que passava tudo ficava mais fácil: no começo matavam com faca, mas aí vieram as serras e ela preferiu adotá-las porque facilitava na hora de quebrar os ossos. Ele não gostava muito das serras, achava que eram muito barulhentas e, como o serviço era feito à noite, podia acordar os vizinhos ou chamar a atenção de quem passasse por perto.
Um dia um policial que passava pela casa percebeu o movimento estranho e ficou espiando. Quando o homem saiu da casa com a mão ensangüentada e a mulher subiu a ladeira, ele correu até ambos. A fim de burlar o polícia, os dois passaram a dar dez por cento do que ganhavam: era um dízimo especial. Assim ficou tudo resolvido. Não que eles pudessem ser presos.
Mas naquela noite Geraldo parecia estranho. Nunca mais havia esperado Jandira do lado de fora da casa depois do incidente do policial. E quando ela chegou até a cozinha ficou tão nervosa quanto ele:

- Cabrunco! Será que você não tem consciência do que você fez? – gritava.

- Calma mulher – chorando desesperadamente – eu vou consertar tudo, você vai ver!

- Eu não quero saber se você vai ou não consertar tudo! Antes, com o negócio das aves, dava pra dar um jeito. Mas agora, com isso...eu não quero nem ver. Anda, homem! Vai embora daqui e leva isso com você!

- Já vou, Jandira. Mas antes eu preciso pensar no que eu vou fazer!

- Sai, vai embora, diacho! Deixa que eu resolvo isso sozinha. Você sempre foi frouxo mesmo!

Geraldo correu dali como se a sua alforria houvesse sido decretada depois de muito sofrimento. Ele não gostava de fazer aquilo. Se envolveu nessa estória toda porque caiu de amores por Jandira. No começo detestava aquele negócio, mas depois já havia se acostumado com o cheiro de carniça e com o barulho da serra. Há coisas nessa vida que compram o coração de um homem. No caso do Geraldo fora o encantamento de Jandira por ele.
Quando os dois se conheceram, Jandira estava bêbada. Ela foi logo contando qual era o seu trabalho. Ele não fez objeção alguma. E ainda a levou até a sua casa e a enfiou embaixo da água fria. Quando se deitaram, ela foi se aproximando dele. No dia seguinte já estavam morando juntos.
Embora tenham vivido dez anos juntos, ele já não a desejava mais. As manias dela afloraram com o tempo. O que ele sentia era amor, mas um amor diferente. Era um amor acomodado, que ele decretou no dia em que a convidou para morar com ele e agora não tinha coragem de exterminar. Por isso aquele momento deu-lhe uma sensação tão grande de liberdade.
Jandira andava de um lado para o outro. Estava quase amanhecendo e ela não sabia exatamente como resolveria aquela situação. Uma única idéia surgiu e, sem tempo para disperdiçar, começou a colocá-la em prática. Limpou o corpo como se fosse o do próprio pai e logo começou a empalhá-lo.
Quando acabou o serviço já era cedo e o cansaço tomava conta do seu corpo. Percebeu só naquele momento que Geraldo tinha ido embora para sempre. As roupas e o retrato que ele mais gostava não estavam no armário. Deitou o corpo do policial ao lado dos corpos empalhados das aves que ela vendia. Uma espécie de tontura fez com que ela sentasse ao lado do corpo. Daquela vez era diferente: ela não sentia prazer porque não tinha visto a cara de sofrimento, como as aves faziam. Ele era gente.
Mas ali mesmo ela ficou. E adormeceu, assim que deitou a cabeça no peito dele e lembrou que nunca mais encontraria Geraldo.