segunda-feira, dezembro 17, 2007

Die Weihnachts!!!

Sie hat gewartet! Sie hat ein bisschen gewartet. Plöztlich ist alles geworden! Natürlich!!!Das ist das Leben!

Abandonei o blogue por um tempo porque se antes ele era um refúgio para os meus mundos imaginários [ou mundos acentuados pela minha visão fosforescente], agora ele ganha vida nova, resnascido como Jesus Cristo. Não que ele venha a fim de salvar algo. Apenas volto à ativa porque escrever me faz bem. E deu saudade. Mas algo me fez parar por um tempo. Algo concreto, que foi a estagnação do pensamento bloguístico, a perda momentânea do que eu chamaria de "malemolência textual"; além da correria, é claro, que contribuiu para o meu distanciamento repentino!*

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E mais um ano se passa na cidade cidade-cinzenta-irremediável. Agora é tempo de prenúncios...um ano intenso que traz outro talvez mais intenso. Ah, se aqueles campus falasse...tantas histórias bonitas: conquistas, alegrias, amigos, estudos, entendimentos, confusões, decepções, esperanças. Primeiro a tensão do encontro com o novo, depois o novo ainda mais novo de uma ocupação. Ah, tantos laços feitos nesses tempos. Maior compreensão. E depois a volta do que já era pra ter sido e não foi: seis meses de correria que pareciam inesgotáveis. Mas tudo bem, valeu tudo tão a pena! É que a olhos nus as coisas parecem mais claras e límpidas, serenas em si mesmas. Principalmente agora.

E nem todos lerão essas miudezas românticas e melodramáticas que eu ponho aqui!A minha vontade era agradecer a todos que fizeram parte desse ano bonito com abraços, beijos e presentes. Eu ando um tanto nostálgica e brega. Acho que é o fim de ano. Eu sempre fico brega assim. Agora estou escutando Enya, que é brega-pra-dedéu, embora às vezes eu goste de ouví-la, como gosto de milhões de coisas bregas. Tem uma música dela , "May it be", que faz parte da trilha sonora do "Senhor dos Anéis" e que, de alguma forma, me faz ter essa sensação estranha que eu sinto quando escuto ou leio coisas que me fazem ter o sentimento de não pertencer a essa coisa toda que é o mundo dos homens. Talvez não ao mundo mas pelo menos à essa época. É, às vezes eu sinto isso! Culpa de alguns valores bobos e bregas que eu tenho. Mas eu gosto de todos eles e, por isso, não vou abandoná-los.
Creio que meu olho nú não está tão nú assim. Enfim, olhos nus que se segam de tanta nudez!!!

Só queria dizer que algumas pessoas passam na nossa vida e deixam um pouquinho de esperança ou de sentimentos bonitos. Lembro de um professor de Literatura e redação da oitava série que falava com tanto amor do seu trabalho que eu sentia uma cosquinha, bem lá no fundo. E fiquei pra sempre com vontade de sentir isso assim que nem ele quando eu crescesse. É por isso que eu estou aqui, buscando, sendo brega e etc. Porque eu quero sentir isso, assim, que nem vc que está lendo isso aqui, com uma esperancinha de que a vida pode ser cada dia mais bonita e alegre, só dependendo da gente! E foi esse professor que me apresentou o meu poema oficial de Natal:



Poema de Natal

Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

quinta-feira, novembro 08, 2007

quinta-feira, outubro 25, 2007

The right somebody to love!

What makes life the sweetest,
Bestest, and completest?
Not a big doll house or a Mickey Mouse,
But the right somebody to love.
Ice cream, cake, and candy
May be fine and dandy -
But if you ask me, they aren't one, two, three
To the right somebody to love.

segunda-feira, outubro 01, 2007

O tupi português denuncia!

O ônibus virou a rua.
Eu, na imprecisão do meu pensamento.
Farol vermelho.
Placa com seta indicando a direção.
Qual!
A direção do meu pensamento?
Não me enganei, não.
O meu pródigo pensamento vive em submersão.
Deleite da forma.
E o ônibus seguiu a estrada,
como se a obscuridade da vida
entrasse em
erupção.
Grito de alforria!


É que o dia soa tão azul,
assim, do jeito brasileiro.
Não quero o blue do estrangeiro,
tão feio, so fool.


obs: minha vida anda nesse tom meio azul.... meio sereno. De um sereno não garantido em palavras!Apenas sintam! =)

domingo, setembro 30, 2007

Do inesperado!

"... Sou inquieta, áspera e desesperançada, embora amor dentro de mim eu tenha. Só que eu não sei usar amor.Se tanto amor dentro de mim eu tenho e no entanto eu continuo inquieta, é que eu preciso que o Deus venha. Antes que seja tarde demais.Corro perigo como toda pessoa que vive e a única coisa que me espera é exatamente o inesperado. Mas eu sei que vou ter paz antes da morte, que vou experimentar um dia o delicado da vida. Vou aprender como se come e vive o gosto da comida..."(Clarice Lispector).


Não que eu seja tão dramática assim, mas às vezes carrego uma somatória de sentimentos desse tipo. Mas é que agora parece que viver do inesperado tem sido a melhor pedida.

IF...

terça-feira, setembro 25, 2007

"Enquetezinha do livro"

Recebi o convite da Babi e da Myriam, então escrevo aqui a minha "enquetezinha"!

1. Pegar o livro mais próximo.

O livro mais próximo é "Cem anos de solidão", que eu tento terminar de ler e não consigo nunca. É tão absurdo isso que eu eu começo a me sentir uma Buendía, pronta a enfrentar cem anos de leitura. E ele é tão legal, que eu às vezes penso não querer me despedir daquele mundo bonito mesmo. É tão meu! =)

2.Abrir na página 161 e postar a 5ª frase completa.

“Eu não preciso do baralho para averiguar o futuro de um Buendía.” (frase de Pilar Ternera)

3. Não escolher o melhor livro nem a melhor frase.

Não escolhi, mas calhou de ser uma das melhores leituras da minha vida. E sei que ainda aprenderei muito com ele. Coisas que com certeza passaram des(a)percebidas - eu sempre fico em dúvida quando escrevo isso.

4. Repassar para 5 blogs.

Andressa - http://meiocrisalida.blogspot.com/
Thalita - http://graillon.blogspot.com/
Caio - http://ensaiosdoplebeu.blogspot.com/
Felipe - http://casadephillip.blogspot.com/
Luise - http://srtasmilla.blogspot.com/ (pra ver se ela ressucita o blogue dela, porque eu sinto MUITA saudade! =P)

5. O que está achando do livro.

Tão mágico que a leitura podia não acabar nunca, a saga dos Buendía podia durar uma leitura de cem anos. É tão bonito, tão dentro de uma bolha de sabão....é tão real e tão impossível, tudo. Eu quero viver em Macondo. =P

quarta-feira, setembro 12, 2007

"semelhante a essas flores reticentes, em si mesmas abertas e fechadas" *

Ele telefonou. Era o curso da vida que seguia, imune, por mais que houvesse uma força pronta a desmanchar aquele mundo. Ela disfarçou, fingiu não saber quem era. "Quem é?". Ele tinha a consciência de que aquele aparelho reconhecia as chamadas. Ela sempre atendera alegre, comprovando o funcionamento daquela ferramenta agora tão insuportável e julgadora. Ela era a Ré. Ali, com o aparelho na mão e coração pulando no peito.
Impossibilitada de fugir. Ele tinha um presente pra ela. Ela não queria um presente. Não queria saber de mais nada. Ele sabia que estava tudo abalado. Encontraram-se na porta. Ele entregou o presente. Era difícil ainda assimilar o rompimento. Ela sorriu, sentiu-se feliz. De verdade. Ele lembrara dela.
Mesmo que um sentimento de não envolvimento pleno fosse grande por parte dela, ainda havia aquela sensação tépida das relações em processo de finalização. Ele deu um beijo no rosto dela e depois a abraçou. Nunca haviam tocado os seus lábios, entretanto, os momentos que trocaram eram mais fortes que qualquer beijo. Acabaram ficando sem jeito. Ela precisava voltar pra sala. Ele precisava ir pra casa. Despediram-se. Sabiam que ao darem as costas um para o outro estariam cortando os últimos fios da ligação ali existente. Pelo menos aqueles fios que antes pareciam tão importante pra ambos.

* o título é um trecho do poema "A máquina do mundo" do Carlos Drummond de Andrade.

segunda-feira, setembro 03, 2007

O o O O o Bolhas de Sabão o o O O o

Ninguém fala sobre as bolhas de sabão. Isso é um absurdo! Como elas podem ser esquecidas assim? Tão presentes na nossa infância e com o passar do tempo se perdem. Talvez seja intrínseco delas, que se formam cristalinas, de um rumo incerto, depois perdem-se de vista ou estouram deixando uma círculo de espuma.
Há quem diga que elas são apenas dois filmes compostos por moléculas de sabão com uma camada de água no interior, além do ar. Está enganado quem diz isso. Não por errar a composição, é claro, mas por esquecer da outra propriedade das bolhas. A magia e a graciosidade das bolhas de sabão com suas cores variadas. Uma espécie de espelho que não é espelho, mas nos permite enxergar como tal. E quem nunca, quando criança, viu dentro de uma bolha de sabão alguma cena acontecendo?
Lygia Fagundes Telles já falava da imprecisão das bolhas nem sólidas nem líquidas, nem realidade nem sonho. Mais bonito do que isso, Lygia sabia fazer da bolha de sabão um conto de amor: A Estrutura da Bolha de Sabão.
Aliás, Lygia falava - como ninguém - da cavilosidade dos gatos. Creio que as bolhas de sabão também têm um pouco de cavilosas. Não que elas sejam cavilosas por natureza, mas adquirem essa característica assim que postas ao léu, sinas de bolhas, prontas a estourar, quebrando sonhos, pesadelos, seja lá o que for.
E as estruturas das bolhas de sabão são nossas. Quando misturamos a água e o sabão, misturamos as nossas vidas. Movimento sôfrego, ao mesmo tempo feliz. Tudo depende do seu estado de espírito. Ali, diante do copo.
Quando somos criança os movimentos são menos tenazes. É tudo diversão. Não. Talvez a inocência faça dos movimentos algo mais profundo do que podemos imaginar. E as crianças têm também seus momentos profundos, de consciência mundana, às vezes metafísica.
Nós, embora saibamos, por vezes, criar coisas belas, queremos transformar as bolhas em algo filosófico. Uma mebrana para uma realidade ficcional. Mas nos esquecemos que elas estouram.
Eu, por exemplo, com a minha mania de tentar modificar o significado das coisas, em busca de algo que pareça mais polido, transformo tudo em bolha de sabão. E depois as estouro, logicamente. Quando elas não me convêm. É fato. É força. Segue a lei dos meus instintos.

*texto bolha de sabão....Vai estourar! Resta saber se ficará alguma espuma ao redor!

terça-feira, agosto 21, 2007

Viver é arriscado demais!

Não se canse com isso aqui! Não leia ! Não perca seu precioso tempo! Eu não sei de nada, aliás, nunca soube. E está aqui o grande problema. Enquanto tudo gira rápido, eu fico perdida entre os transeuntes, que me roubam olhares-sorrisos-palavras-pensamentos-sonhos. Eles nem imaginam que eu os tenho. Que aqui dentro dessa cachola pensante existe um mundo além do meu mundo real. E só de olhá-los eu posso ver as minhas representações quase que instantaneamente. Eu atuo, sim, fazendo o que as pessoas fazem na rua, na televisão, nas músicas...a diferença é que ninguém vê. Até aí não tem problema, porque eu me divirto um tantão.
Difícil é você perceber que esse mundo se torna superior ao seu mundo real. E que você acha bem mais bonitinho atuar. Tem algum problema aqui. É claro! Mas se você atua pra você mesmo, não há como se sentir tão culpada, porque você não precisa pensar nos outros personagens. Eles apenas fazem parte do enredo, você os dá vida e os mata quando achar necessário. Eles podem ser reflexos daqueles da vida real, ou muito bem inventados, exatamente como todo mundo devia ser.
As coisas se complicam quando você passa a misturar o mundo real com o seu mundo de representações e não consegue mais dissociar as imagens dos dois mundos. Elas parecem apenas reais, ambas. Aí você fica confusa, porque uma hora parece que é uma coisa e noutra hora parece que ela já não é mais.Está desconfigurada, maqueada, transformada. Não só as pessoas. Os sentimentos, as verdades, as formas, as cores.
É...viver é arriscado demais. Alguém tem chocolate e um poquinho de Lexotan pra me dar?

quinta-feira, agosto 09, 2007

MAGMA

Este não é um texto sobre matéria fundida, muito menos sobre a atividade tectônica e suas implicações. É que andei lendo Magma do João Guimarães Rosa e estou extremamente encantada. Os Hai-Kais. Imensidão. Egoísmo. Infinito.Turbulência. Eu andei com ele pela Gruta do Maquiné. Juro. Mas no final eu me deparei com o enorme olho frio me vigiando. Resolvi ver o Luar na Mata, porque lá as corujas chegavam vestidas de seda. E, quando me cansei, fui experimentar o Desterro. Então, vi o homem que ia já longe, como quem só tem costas. Aí Riqueza. Distância sentimental."Mesmo a sonhar contigo, só consigo que me ames noutro sonho dentro do meu sonho primitivo". Música de Schubert. Ausência, como a daqueles outros poetas que eu sempre gosto tanto. Ausência minha, deles. Nossa. Paraíso filosófico."Como se os dedos mergulhassem a tranlucidez de uma água, esculpindo invisíveis e impossíveis formas novas". E termino diferente. Embora bonita a Consciência Cósmica. Prefiro encerrar a viagem na Primavera da Serra:


Claridade quente da manhã vaidosa.
O sol deve ter posto lente nova,
e areou todas as manchas,
para esperdiçar a luz.

Dez esquadrilhas de periquitos verdes
receberam ordem de partida,
deixando para as araras cor de fogo,
o pequizeiro morto.
E a árvore, esgalhada e seca, se faz verde,
vermelha e castanha, entre os mochoqueiros,
braúnas jatobás e imbaúbas do morro,
na paisagem que um pintor daltônico
pincelou no dorso de um camaleão.

E o lombo da serra é tão bonito e claro,
que até uma coruja,
tonta e míope na luz,
com grandes óculos redondos,
fica trepada no cupim, o dia inteiro,
imóvel e encolhida, admirando as cores,
fatigada, talvez, de tanta erudição....


* Agradeço ao G. o empréstimo desse livro de esplêndida poesia!

terça-feira, julho 31, 2007

Evocação do Belo

Tenho na minha cabeça, agora,
a postura de quem ama o Belo.
Porque o meu coração grita pelo desafeto,
ele é trágico e ofende até a mim.

E se não fosse assim, quem seria eu,
vagando pelas ruas desertas, incrédulo,
a viver da insônia da vida?

Eu seria mais um no mundo dos taciturnos:
O próprio vulgar em desatino.
Um retirante desafiando a microscopia da vida.

Mas pra isso existem as palavras: para serem violadas.
E vividas em cada som, eternas, sem fronteiras.
Porque se eu não posso ter, eu as evoco.
E crio as coisas conforme o meu gosto.

As palavras devem ser sacramente proferidas,
elevadas à Natureza.
Devem sublimar-se, etéreas,
tomando pra mim o mundo Belo.

É tão mais fácil perder-me entre elas.
Bebê-las e, então, me entorpecer.
Assim, engendro um mundo resplandecente,
que até eu passo a crer.
Sinto uma vontade imensa de não-sei -o-quê

De ser e não ser

Porque pensando em você

É complicado me encontrar

Assim, digo, ser tão quanto eu devia ser


E nem penso que mais é menos,

Se eu padeço não é de amor




sexta-feira, julho 27, 2007

Frankreich!!!

Esses dia sa vida tem sido bonita, talvez um ar poético tenha

segunda-feira, julho 23, 2007

Eu não tenho muito o que dizer, porque é difícil compreender esse

domingo, julho 15, 2007

Sem título para ter um título

Eu não sabia examente o que escrever, portanto não tinha um título também pra começar. É aí que penso que tem escritores que precisam de um título pra começar a escrever algo e outros que precisam de algo escrito pra nomear. Eu não me encaixo no primeiro nem no segundo grupo. Formo um terceiro, que dá título de acordo com a inspiração, isto é, porque o título sai primeiro, assim como se o texto já tivesse pronto e o título ficasse perfeito, ou porque o texto sai tão fluente que me esqueço de pôr o título, e aí o penso no final.
Nem sei porque escrevo isso. Não faz sentido pra mim. Muito menos pra você que lê! E isso me lembra "Memórias do Subsolo", do Dostoiévski, que eu li há um tempo e às vezes me parecia absurdo. Imagina que lia um texto que me zombava e me prendia ao mesmo tempo de formas precisamente iguais. E o pior é que me via tomada por tamanho pessimismo e angústia.
Enfim, não tem nada a ver falar sobre minhas leituras aqui, entretanto sinto vontade de dizer que estou lendo "Cem anos de solidão", depois de muito tempo enrolando pra ler. E queria viver naquele mundo de José Arcadio Buendía. Queria ser talvez Remédios ou Melquíades.Também não. Não queria ser ninguém além de mim. Mas queria estar, ao menos um dia, em Macondo.
Sonho coisas confusas que fazem a minha cabeça tentar entender como tanta falta de causos pra contar ou vivenciar podem me trazer sonhos tão delirantes. Sinto falta das minhas aulas. Sinto uma leve morbidez. Talvez pelas coisas estarem assim sem me empolgar. Sair com os amigos: isso parece sempre interessante. Tenho vontade de passar dias presa num cinema vendo filmes e conversando ouvindo "open your eyes", que por mais melancólica e pedante que possa soar tem marcado essa fase. Eu nunca a escuto por livre e espentânea vontade, apenas sou perseguida por ela, então me rendi!
Agora, enquanto escrevo isso, vejo televisão, digo, mudo de canal sem cessar. E paro no SBT. Mara Maravilha canta pro Gugu. Lembro de um amigo que contava ser uma decepção ver a Mara evangélica, já que ela era o sonho dele (Playboy) quando adolescente. Fico pensando no rumo que a nossa vida pode tomar. Coisas tão absurdas podem acontecer com a gente. Mas não me imagino evangélica. Muito menos capa da Playboy!
Bom, fiquem com raiva ou tirem algum proveito desse escrito. eu apenas volto a ler "Cem anos de solidão", que é pra ficar na minha estranha solidão...ou talvez eu resolva ver algum filme daqui a pouco.

domingo, julho 08, 2007

Preciso me encontrar!

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

(...)


Eu ando sendo tão tola comigo mesma! E o pior de tudo nessa vida é ser tola consigo mesma. Isso quando se é tola em sã consciência, porque, sim, há quem esteja em estado tolo sem sabê-lo. Mas eu tenho consciência e não sei mudar de estado, por simples indecisão. Outro dia tudo estava claro, bonito. Hoje me vejo perdida em pensamentos confusos.

Às vezes a gente descobre as coisas tarde demais. E o pior é descobrí-las e não conseguir mudá-las, como dantes! Pior é o fracasso, a minha inércia perante certas coisas que eu considero primordiais mas que sempre soam complicadas e difíceis pra mim! E será que é tarde? Será que é tarde pra mim? Não, pra mim não é! Mas e a reciprocidade que ...alguém é recíproco nessa vida? Talvez. Mas pode ser que seja uma reciprocidade tímida. Ou ressentida, como eu bem imagino que seja agora. Não, talvez não ressentida...porque havia alguém de se ressentir com o nada!

Ah, lembram-se daquele escrito "antigo" do segredo que poderia ser desvendado? Não que isso tenha alguma coisa a ver. Absolutamente, não tem. Mas, então, ele morreu, secreto como era o seu dono. Não sei se digo que isto foi bom ou ruim.

Enfim, a vida cobra da gente resoluções e mais resoluções. Tô aqui...quebrando a cara mais uma vez. Podendo mudar algo. Não estou de mãos atadas. Mas eu tenho medo da mudança, justamente porque eu sei que quem deve realizar essa mudança sou eu. Independente de qualquer um.

E minhas dores surgem calmas e penetrantes...Ainda dói minha garganta, como brigasse pelo grito que não veio. E o meu ouvido, como gritasse pelas palavras que ainda não ouviu (ou ouviu e não sabe como responder, ainda na sua indecisão insigne, àspera, eloqüente e autodestrutiva?)!

* Por que no dia seguinte tudo que foi escrito parece muito dramático? E por que amanhã ou daqui meia hora tudo volta a ser dramático sem que eu ache dramático? (hehehe)

sexta-feira, junho 29, 2007

CALEIDOSCÓPIO

Volta de viagem.

Joga limpo e sujo consigo mesma.

Dorme um sono descomunal. Volta a ter sonhos de criança.

Encontra amigos e fala da vida como se fosse um sonho.

E tem um sonho estranho. Acorda como se fosse tudo real.

Um vazio no peito. Sente o frio.

Fala muito pra não se mostrar demais. Só parece contraditório.

Estuda pra prova de Deutsch.


Volta a ter certezas incertas. Volta a ter as incertezas certas.

Vê o mundo quadrado, porque de redonda já basta ela.

( )


Nos cantos do mundo.
Ouve um jazz alemão.
Escuta uma ária triste pra silenciar o dia.
Toma banho deixando a água escorrer por tempo indeterminado.

Falta água no mundo.

Mas ela espera que a água leve embora algumas coisas que ela não consegue deixar por vontade própria.

Pensa novamente em fazer boxe.

Avalia potenciais.
Escuta um passarinho e lembra da música. Quer cantar. Uma tosse a toma sem cessar.

Procura reparar o nada.

Em busca de tudo. Olha desenhos antigos.
Passa numa papelaria pra comprar giz pastel.
Não há.
Queria tanto desenhar.


Um mundo novo. Uma cara nova. Um rosto torto.

Tudo negro.
Da cor do giz.

Só gosta de pintar com essa cor. Ninguém explica.
Nem tente você. Tira dez na prova de Deutsch. Marca encontro com amigas.


Come chocolate. Bebe chá.
Procura um pouco de sanidade. Num livro.

..................

Enstchuldigung.

Olha o nada.
Flutua sentada. Descobre um mantra.

Que mantra?
Aquele do som da flauta.


Não é mantra.
Dá na mesma.


Mas o efeito é contrário.

Acusa somente a ele.

Sente saudade dela. Conhece gente.

Queria ser a Cinderela. Ele a acorda.

Bem agora que ela estava sonhando.
Apaga da memória.

Um rojão. Celebram um fato.


E no fim tudo isso sou eu.

quarta-feira, junho 20, 2007

Macapation

Novidades!

Aqui está uma delícia...tudo MUITO legal! Tirando que eu trabalho muito, quase uma inglesa na revolução Industrial. Mas estou gostando bastante!

Tem uns índios que riem de qualquer coisa...imagino às vezes que se o Macunaíma existisse a risada dele seria daquele jeito: uma mistura de pureza com malícia inocente (será que isso é possível? Talvez não para o Macunaíma, pelo menos!).

Hoje conheci uma sorveteria que tem todos os sorvetes com nomes de frutas estranhas..regionais! Tomei o MELHOR sorvete de açaí da minha vida e um de tuperebá. Acho que nem é esse o último nome!rs

Muito bons os sorvetes e as companhias!

Amanhã é o bendito dia da tocha. Que será que será?

A comida é basicamente peixe..de todos os tipos, formas e gostos! Embora eu já tenha me acostumado a dormir na rede, ainda tenho saudade da comida de SP...mas os peixes são uma delícia.

Ontem tinha uma lua linda no céu! Eu fiquei lembrando das pessoas que gosto e que estão em SP...e das coisas que morrem, perdem o rumo ou murcham um pouco com a distância. A vida tem dessas coisas doidas. Mas quando a gente volta as coisas voltam ao normal. E, se não voltam, a gente aprende a gostar da nova feição que ela toma! Dias de lua bonita sempre dão uns sentimentos assim...quase uma "Bluemoon"...mas ainda longe do espetáculo!

E o Rio Amazonas também estava agitado, com ondas (sim, isso acontece)...Acho que era o efeito da lua...em mim e no rio!

Tempo esgotado para escrever. Agora vou tomar banho, pois temos uma festa de um dos membros da Ong. Bora socializar!!! =)

Aprendi como se fala em Yanomami "eu gosto dos meus amigos" : ipa yape naha ohotepou!!!

Saudade grande de todos! =P

sábado, junho 16, 2007

A Fortaleza de Macapá e os jogos Pan-americanos!!!

Cheguei!

Às 3 da manhã....mas era pra eu chegar às 24h. Tudo bem, eu arranjei um povo pra ficar conversando...pra passar o tempo!hehehe

Queria ter aproveitado o tempo em Brasília...mas como o vôo atrasou um pouco em SP e eu fiquei com medo de perder o seguinte (que era pra Belém)! Enfim, acabei conversando com uma mulher que morava em Belém, mas tinha ido para Santos a trabalho. Passei umas duas horas e meia conversando com ela. O vôo - que não tinha nem dado sinal de vida - acabou atrasando também. Era pra eu sair às 20h de Brasília, mas só fui sair de lá por volta das 22h. Detalhe: tinha uma conexão Belém-Macapá. Obrigatória!

H. foi me buscar no aeroporto. Ela estava me esperando lá havia um bom tempo...Eu estava super cansada porque tinha passado a manhã finalizando um material pra trazer pra cá! E ficar parada dentro de aviões é mais cansativo que carregar três elefantes.

Cheguei...conversei um tantinho com ela e dormi. Numa rede. É, estou dormindo numa rede. Bem índia!

O legal dessas viagens meio "alternativas" é que a gente acaba fazendo coisas que nunca faria em SP. E, embora não seja algo de fácil adaptação, é bem legal. E a gente sempre aprende com essas situações meio "no limite"...é um montante de sentimentos...paciência e tal.

Conheci dois caras muito engraçados no avião. Um deles tinha 26 anos e era engenheiro, residente em Brasília. Fomos conversando durante as duas horas e meia de vôo (Brasília-Belém). Ele era um mineiro formado pela federal de Uberlândia em engenharia elétrica. Muito simpático. Começamos a conversar sobre viagens e tal..ele foi pra Buenos Aires no ano passado. Morou seis meses lá trabalhando. Como ele mesmo disse: "permuta", trabalhando pra morar! Muito legal...falamos sobre várias coisas. Ele estava vindo para Macapá passar o final de semana trabalhando na usina hidroelétrica.Depois que desci do avião nem o vi mais!

O outro figura que eu conheci era um desses gays divertidíssimos, todo estiloso com óculos, cabelo com escova e luzes. Começamos a conversar meio do nada porque uma senhora fez um comentário meio estranho na nossa frente. Um olhou pra cara do outro e começou a rir. Descobri que ele era empresário do ramo de estética, tinha uma clínica em Macapál. Ele estava dando um passada por Belém, voltando de Minas, para cuidar do cabelo de uma ricona, mulher de político. Engraçado como esse mundo é pequeno: o cara conhecia umas duas pessoas que trabalham na Ong.

Bom, hoje eu acordei meio cansada...meu corpo não está acostumado com rede. Mas depois passou. Passei a tarde finalizando mais coisas pro Seminário, agora acabei e tô na folga mesmo. Vou jantar fora e conhecer um pouco da cidade. Pelo primeiro contato que tive, acho que parece uma cidade praiana, dessas que não cresceram muito ainda....as ruas são largas e as pessoas andam com roupa de verão. Faz MUITO calor aqui! Me lembra uma coisa meio Mongaguá quando eu era pequena e ia algumas vezes na casa da minha tia! Tá certo que essa é uma visão bem parcial...eu ainda não conheci nada direito. Só poderei contar mais sobre a cidade depois!

Ah, descobri uma coisa: a tocha dos jogos Pan-americamos sairá da Fortaleza de Macapá, bem o lugar do nosso seminário. Tivemos até que cancelar uma das apresentaçãos do dia. Imagina, eu que estava combinando com uma amiga de ver algo do Pan...não ia poder, e nem queria mais. O RJ nessas épocas deve ser algo pior do que o caos. Se eu não vou até o Pan, ele vem até Macapá! Não se assustem se eu aparecer carregando a tocha na televisão!hahaha...até parece! =)


beijos macapaenses

quarta-feira, junho 06, 2007

As Sem-Razões do Amor

(...)
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


Carlos Drummond de Andrade



É incrível como Drummond diz tudo! Tudo.

domingo, maio 27, 2007

Torcida!!!

Ultimamente eu tenho feito coisas legais e sinto que no fundo ainda falta uma coisa. E esse sentimento aparece sempre, como uma forma de aviso. E não é aquele sentimento de que falta alguma coisa como a gente sente sempre em relação à vida. Porque há esse tipo de sentimento, semelhante a um instinto "ganancioso", próprio da vida. Um sentimento de vontade de melhorar, de buscar coisas novas.

Mas não é isso o que eu estou sentindo. É algo bem específico, algo que eu sei o que é. Mas é algo que eu tento esconder de mim mesma. Talvez uma reação ao fato de que isso é uma fatalidade, impossível de voltar atrás ou tentar apagar da cabeça. Eu queria que fosse algo possível. Não, eu não queria. Eu quero.

É algo tão bom e animador. Está certo que algumas horas eu fico confusa e perdida com o resultado ou com a dimensão que isso vem tomando na minha vida. E eu já controlei muito esse tipo de ansiedade. Já tentei impedir sensações semelhantes e bloquear pensamentos pelo simples medo de estar errada. Ou de quebrar a cara também. Não me importo mais. Estou empolgada, vou seguir em frente!

Eu sei que vai parecer meio doido escrever algo aqui que os outros não vão entender, mas é que eu precisava dizer isso pra alguém. Aliás, esse vem sendo um assunto constante. Todo mundo que vive perto de mim deve estar cansado de ouvir a mesma ladainha. Eu peço desculpas, às vezes eu não meço a chatice dos meus assuntos. Também venho aqui pedir que vocês entendam o meu lado: nem sempre vivemos momentos de empolgação contínua. É bem provável que em pouco tempo eu venha aqui descrever algo mais concreto e menos entediante. Só que neste exato momento eu posso apenas explicar parcialmente as coisas.

Sim, essa é a explicação parcial. Todo esse emaranhado de empolgação descrito acima faz parte da explicação. E eu espero aparecer das próximas vezes aqui para contar coisas boas, não algum tipo de decepção. Expectativas a gente cria pra tudo nessa vida. Talvez eu não tenha medido também a bola de neve de expectativas que se tornou essa possibilidade na minha vida. Não quero expôr tudo. Páro por aqui, com todas as cogitações imaginadas por vocês. Vou sim ter expectativas, pois são elas que nos deixam mais animadas.

Finalizo o post. Não sintam-se ofendidos, muito menos alvos de pilhéria. Peço que haja uma torcida grande por esse tão desejado acontecimento. Obrigada e beijos.

terça-feira, maio 22, 2007

Elo

Eu já falei de V. aqui algumas vezes. Se tem uma pessoa nesse mundo que tem um elo extremamente especial comigo é ela. Crescemos juntas e, embora ela seja 8 anos mais nova, temos uma espécie de sexto sentido uma com a outra que só nós duas sabemos explicar! !

V. é uma daquelas pessoas que sabe que pode contar comigo. Assim: quando ela precisar mesmo. Se ela me ligar de madrugada, ela sabe que eu fico acordada pra ouví-la, sem o menor problema de não ter as minhas horinhas de sono! Somos primas e a casa da vó fez com que passássemos parte da infância grudadas à tarde!

Sim, são mundos diferentes. Ela tem 13 anos e eu 21, mas, mesmo assim, parece que quando estamos juntas a idade se equilibra. Somos bem parecidas em muitas coisas. Vejo nela dúvidas e ações que eu tinha quando estava com 13 anos. E, na verdade, tem coisas que eu não vivi ainda e que são questões duplas. É um carinho enorme.*

Não dá pra explicar o que realmente acontece porque é algo abstrato. Completamente. V. me conta tudo, talvez coisas até que a mãe dela não fica sabendo. Ela me liga quando briga com os pais, me ligou quando deu o primeiro beijo, quando tem uma festa e precisa se arrumar, quando lembra de mim e quer apenas dar um oi, quando tá doente...

Foi por isso que eu resolvi escrever isso. Porque ela me mandou uma mensagem no celular dizendo que tá doente e que não foi pra escola, que precisava tanto falar comigo! Foi assim mesmo que ela escreveu!

Se eu fosse espírita ou qualquer coisa do tipo, diria que eu e V. já fomos próximas em vidas passadas. Mas meu ceticismo me leva a crer que não é isso. Só que meu ceticismo é tão grande às vezes que eu questiono o fato de eu ser cética e aí passa pela minha cabeça a idéia de termos tido ligações em vidas passadas. Talvez tenhamos sido duas larvas de goiaba amigas.

Rá, sim, se é pra ser espírita, que eu tenha pelo menos senso de humor. Não preciso acreditar que eu e ela fomos irmãs. Me contento com a idéia de que fomos larvas de goiaba branca. Mas um dia alguém veio e nos comeu. Depois de milhares de anos, entre o umbral, o hospital e todas essas coisas que os espíritas acreditam, nós viramos primas.

Me desculpe se algum espírita estiver lendo o texto e achar que eu sou "contra" os espíritas. Não, na verdade eu não sou contra nenhuma religião. Nem sou tão cética assim. É que lendo Dostoievski e Drummond esses dias eu fiquei com o humor meio obscuro.

Eu tenho milhões de coisas pra contar aqui, mas o tempo e a vontade andam pequeninos.**
Mas, enfim, falar sobre V. é como falar daquela charada do Brás Cubas: decifra-me ou devoro-te! E eu fui devorada, porque eu não sei explicar essa ligação entre a gente. E algumas coisas ficam melhor sem explicação, sem grandes buscas espirituais e sem questões metafísicas. Elas apenas existem.

* todo mundo aqui já sabe que eu AMO crianças.
** eu tenho milhares de estórias novas...só que eu não achei uma forma bonitinha de contá-las. Nem precisa ser bonitinha. É que eu não achei uma forma de contá-las mesmo. Tá sendo mais legal ler Dostoievski. Eu prometo que irei atualizar com coisas mais interessantes

segunda-feira, maio 21, 2007

Estou lendo Dostoievski e Drummond. Já dá pra vocês terem uma idéia de como eu ando ultimamente! Duas leituras "pessimistas". Mas não se enganem, eu não estou pessimista. Apenas estou com aquele humor meio obscuro, que embora muitos considerem ruim, eu gosto muito.
Esses dias eu fiquei longe porque não sabia bem o que escrever. Na verdade, eu tenho muita coisa pra contar e a minha seleção de "causos" me deixa sempre em dúvida, aí não conto nada.

Bom, vamos falar logo sobre algo mais interessante.Semana passada eu fui ao Municipal. Vi Nino Rota, "O Chapéu de Palha de Florença", uma ópera incrivelmente divertida. A companhia era extremamente agradável. Primeira vez na ópera. Que bom, adoro apresentar o mundo da ópera para os outros. Mesmo estudando, eu ainda conheço pouco!

Vou parar mesmo a minha aula de canto. Volto só no final do ano. Ficarei parada por alguns meses. Quero descançar a voz, dar certa prioridade pro alemão e fazer coisas às sextas-feiras que ficaram

terça-feira, maio 08, 2007

A Poesia

A poesia é a magia,
A fantasia por detrás das palavras,
A música escondida nas rimas,
A etérea felicidade.

Uma sinfonia de euforias
Raras, recentes, remotas;
Sem fotografias concretas difamadas
Que possam desprestigiar as eminências
Das inebriadas fortalezas d´alma

E não é enganar-se, a si próprio,
Acreditar que se entontece
E que se envenena o Espírito
Quando se busca o ermo inexorável
Para florescer a esfinge da alma

Só as espadas da Esperança
Vencem o espanto que reflete no espelho
E fazem do Esplendor o estágio simplório,
Entrelaçando o estopim que estremece a estrutura
E exacerba a exuberante face da fábula real.

sexta-feira, abril 27, 2007

Eu fui. Eu sou.

Eu estava fazendo um balancete hoje e vendo o quanto eu mudei do ano passado pra cá. Algumas coisas mudaram muito, outras pouco ou nada.

Eu ando muito longe de baladas, de grandes festas. Adotei, desde o ano passado, uma postura mórbida de fazer coisas lights: cineminhas, bares - às vezes botecos, porque não existe um ser nesse mundo que não goste de filosofias de botequim -, ida ao Municipal, festinhas nas casas de amigos. Minha vida social tem se resumido a isso e algumas conversas com os amigos da faculdade. Minha morbidez me fez dormir nas duas últimas baladinhas alternativas em que eu fui. Antes eu ficaria acordada no maior pique, mas nessas duas eu dormi no sofá, do lado do povo empolgado. Não que eu não tenha mais pique. Pelo contrário, eu sou uma pessoa super empolgada, mas ando abatida por um cansaço às vezes inexplicável.

Fiz vários amigos, tanto que a agenda do meu celular não me permite mais adicionar uma alma que seja. Mas isso não quer dizer que eu ligue pra eles. Eu desenvolvi outra morbidez que é não gostar de usar telefone. Uso o telefone em casa raramente, porque durante a semana nem dá pra ligar pra casa dos outros depois das onze. Acho que eu ligo de casa umas 4 vezes por mês pra alguém. Só não aboli o telefone da minha casa porque os outros usam e porque as pessoas me ligam. E uso o telefone também porque acabo tendo que fazer ligações na ONG.

Meu humor mudou! Não com as pessoas. Essas continuam me achando simpática na maior parte do tempo. Meu humor mudou pra mim, apenas. Eu ando mais exigente e chata comigo. Minha gastrite está voltando e eu me recuso a ir ao médico porque eu sei que é gastrite “nervosa”. Tenho que ficar mais tranqüila. E às vezes eu desconto nos outros esse meu mal humor. Mas não é sempre, não. Outras vezes, quando a minha intenção era ficar sozinha, aparece alguém e eu, muito poliana, recebo a pessoa com um sorriso na orelha. Na verdade eu queria ficar pensando. Só que ninguém tem que ver com meus problemas de humor.

Eu quero por tudo nessa vida uma bolsa pra ir pra Alemanha. Estou me dedicando bastante no Alemão I: faço os exercícios em casa, leio, presto atenção nas aulas. Mas eu nunca acho que é o suficiente. A partir do começo do ano que vem, buscarei informações sobre bolsas. Se alguém pudesse colaborar com informações, eu agradeceria.

As aulas de canto são sempre legais, embora a briga com a minha voz continue. Eu continuo chata com ela. E ela chata comigo, que é pra não perder a reciprocidade. Cada vez penso mais seriamente no que me dá prazer e no que não me dá. Não quero me formar e trabalhar pros outros, quero trabalhar com os outros. E a música e o teatro são as únicas coisas que me fazem olhar pra frente e pensar que eu posso ser feliz.

Não que eu não vá usar o meu curso de Letras. Ao contrário, quero utilizá-lo, por exemplo, para analisar libretos de óperas. Tanto usando a língua alemã quanto os conhecimentos de teoria literária, lingüística, fonética e etc.

Eu fiquei mais pensativa. Avalio mais as coisas e penso o quanto aquela decisão vai trazer mudanças para mim e para os envolvidos. Não tenho mais tanto medo de dizer as coisas. E embora eu nem sempre saiba o que eu realmente quero, eu sei muito bem o que eu não quero.

Com relação aos amores eu mudei. E não mudei. O garoto fosforescente. Nem preciso falar. Mas eu percebi que eu ando mais realista e menos sonhadora. Talvez eu tenha acordado um pouco e percebido a beleza da realidade (com relação aos sentimentos verdadeiros) e não só a beleza intrínseca dos sentimentos idealizados. Eu quero mais é viver. Chega de fosforescência me cegando. Só que isso não exclui o fato de eu continuar boba e esperando o príncipe-encantado-do-cavalo-branco-do-conto-de-fada.

A viagem pra Buenos Aires foi um marco, algo que eu lembrarei pra sempre. E espero conseguir viajar mais esse ano. Se eu tiver grana, a próxima aventura será a Chapada dos Veadeiros. Além da minha possível viagem a trabalho pra Macapá. Será o máximo se eu for pra área indígena na Amazônia. E pro ano que vem tenho em mente o Paraguai e o Chile. O Paraguai, se der certo mesmo, será algo do tipo interior...algo bem doidera mesmo. Não vai ser nada a “la muamba”, mas algo bem distante do comércio e da muvacada. O Chile é algo mais sonhador mesmo, meio utópico ainda. Como eu fiz vários amigos chilenos, resolvi com a minha companheira de viagem que devíamos guardar dinheiro e desbravar as terras dos chicos.

Bom, acho que não mudei muito, na verdade. Ou talvez tenha mudado tanto que eu não consiga perceber o quanto aniquilei os resquícios do meu antigo Eu.

Acho que eu cresci. Isso nem sempre é tão bom, visto que eu queria às vezes que o mundo tivesse a pureza das crianças.

Enquanto eu não consigo fazer isso aqui direito, eu vou brincando com o meu sobrinho e tentando ensinar coisas bonitinhas a ele. Afinal, “o menino é o pai do homem”. E viva a MALEMOLÊNCIA! =)

segunda-feira, abril 16, 2007

Contradição Maior

Entre bêbados ser deixada
Em constante mutação desequilibrada
Pelo vento gerar a força desesperada
Usufruir a matéria leve esparramada

Amar e não ser amada
Sentir e não ser sentida

Não sorrir de desespero eternamente
Nem morrer ao som da mata sufocante
E levar a tristeza sorrateiramente
Vivendo de sensação inebriante

Ver e não ser vista
Tocar e não ser tocada

Num tépido raio alcançar a chama
Saber desvendar o enigma variante
Um lampejo de memória exuberante
Preparando o terreno pro semeio
Contradição Maior

Entre bêbados ser deixada
Em constante mutação desequilibrada
Pelo vento gerar a força desesperada
Usufruir a matéria leve esparramada

Amar e não ser amada
Sentir e não ser sentida

Não sorrir de desespero eternamente
Nem morrer ao som da mata sufocante
E levar a tristeza sorrateiramente
Vivendo de sensação inebriante

Ver e não ser vista
Tocar e não ser tocada

Num tépido raio alcançar a chama
Saber desvendar o enigma variante
Um lampejo de memória exuberante
Preparando o terreno pro semeio

quinta-feira, março 29, 2007

Fim de Festa

Rodolfo Henrique* voltava do teatro lírico. Depois de nove meses de exílio, não poderia faltar ao espetáculo. Uma chuva forte caía e os raios pungiam a escuridão, assombrando a calma entre brados de trovões e gemidos de gatos. Do outro lado da cidade, onde as sombras persistem além da madrugada, nascera a hérnia de todos os pecados, embora Rodolfo não se desse conta do acontecido.

Ao chegar do passeio, o jovem se deparou com um negro parado à frente do portão. Sem entender a presença daquele estranho, pediu ao motorista que baixasse o vidro e perguntasse o que desejava falar-lhe aquele sujeito. Depois de um silêncio curto, mas profundo, o homem respondeu estar ali para dar-lhe notícias de Juliana.

Rodolfo ficara atônito como se um punhal houvesse sido cravado em seu pescoço, oscilando sua existência entre um devaneio intenso e uma ponta de consciência cruciante.

Toda aquela euforia na qual se encontrava antes da misteriosa conversa havia lhe escapado, dando espaço a uma dor mórbida e lastimável. Rodolfo Henrique tivera um surto interno diante de tal revelação. Dirigiu-se até o quarto e, como se convulsionasse, começou a soluçar freneticamente. Quase sem forças, tirou da gaveta a arma que usava para caçar.

Da rua ouvia-se o barulho de pessoas felizes que saíam do bar comemorando a vitória no jogo. Ainda que tarde, fogos de artifício estouravam para celebrar a inauguração do cinema que era realizada naquela noite. A tragédia na qual o rapaz se infiltrara com toda a sua alma fizera dele um homem perdido.

Sem mais razão, Rodolfo levou a arma à altura do peito e apertou o gatilho. Os homens que ainda passavam pela rua, no delírio da bebida e na cólera da alegria, saldaram sorridentes o barulho do tiro que para eles soou como um fogo de artifício.

*o nome Rodolfo Henrique não é pra parecer nome de personagem de novela mexicana. Eu estudei, na época do teatro, com um ator que se chamava Rodolfo Henrique e que foi inspiração para o nome do personagem (embora ele tenha semelhança psicológica alguma com o "herói")

segunda-feira, março 19, 2007

quinta-feira, março 15, 2007

O pescador

Diria eu que o mar não tem fim, se eu não soubesse que o fim dele é também o seu começo! E isso eu soube lendo uma enciclopédia antiga que ficava na estante da casa do meu avô! Ele sempre dizia que se eu estudasse a enciclopédia da letra “m” teria muitas respostas para as questões da vida!
Eu descobri um dia que a enciclopédia ficava sempre aberta na página de um tal Marco José, um chefe militar que vencera uma batalha que agora eu não me recordo o nome. O militar resolveu a Questão Salina de determinada região nórdica e, por isso, foi aclamado pela população! O nome do meu avô é Marco José.
Não sei ao certo o motivo da enciclopédia ficar aberta sempre ali, naquela página. O meu avô não é nenhum general, muito menos aclamado pela população. O meu avô é apenas um pescador.
Há um ano aproximadamente que um tubarão comeu as duas pernas do meu avô. Depois deste incidente, ele nunca mais pôde trabalhar. Eu acho que ele queria que houvesse uma Questão Salina na vida dele, só pra mudar um pouco os dias pacatos que ele vive naquela casinha que fica à beira mar.
Talvez isso tudo me leve a crer que o meu avô encontrou naquelas páginas o mar com fim que eu não sabia antes da existência!

segunda-feira, março 12, 2007

Oratória extremista

Desde o início das aulas que o mundo pareceu ter tomado outro rumo! Um bom novo rumo: novos planos, novas aulas, novos amigos, novas cores...Enfim, seria tudo magnífico se houvesse uma força universal que mantivesse as coisas nesse novo bom rumo. Acontece que eu sempre fico confusa no fim das contas! É quase inevitável. Ou é “evitável”, mas eu ainda não descobri como evitar! Alemão foi a melhor escolha da Habilitação, a quantidade de matérias está no ponto, os amigos do ano passado – embora a Sra. Habilitação tenha nos distanciado das mesmas aulas – continuam sempre muito companheiros e divertidos. Não tem um grande problema aparente...mas tem...eu continuo a pensar em hipóteses futuras...o problema é que, enquanto eu não me focar na resolução dessas questões rotineiras e democráticas, nada sai, deveras, do lugar! Enquanto eu busco uma resposta pras questões “divinas”, eu escuto Paixão Segundo São Mateus, de Bach, e me elevo à significância de sei lá o quê!
Sempre que eu escuto essas músicas parece que uma espécie de passagem se abre e eu flutuo em direção ao nada, e sem intenção alguma. Queria ser uma música de Bach!
Uma coisa que nunca foi contada aqui, pelo menos não que eu me lembre, é o meu gosto estranho por coisas extremas! Há um certo fascínio nos extremos que eu não sei explicar, porque eu jamais gostaria de vivê-los. Se eu fizesse sessões de terapia, a terapeuta certamente diria que eu tenho desejos ressentidos, o que não é bem a questão! Esse extremo é de um belo, tipo clichê, bem filme mesmo! Um personagem do tipo Padre Amaro, por exemplo. É difícil de explicar a essência desse sentimento porque ele é tão meu (que não é seu)! E quando eu escuto Bach eu sinto esse extremo altamente clichê (não estou chamando Bach de clichê, longe de mim!). Esse sentimento às vezes parece que é uma mistura de pecado e de prazer....mesmo eu não acreditando na concepção de pecado imposta pela Igreja...Aliás, a Igreja é hipócrita, como definiu o nosso Presidente. E eu sou hipócrita muitas vezes....mas a questão aqui é o extremo e não a minha hipocrisia. A Igreja sempre me remete aos extremos, talvez porque ela própria é extremista. É por isso que algo me fascina nas missas, nos padres, nas músicas religiosas, nas imagens dos santos...

Mesmo me fascinando, nada disso consegue me prender. E esse texto seguiu um rumo extremamente extremo. Eu nem ia escrever isso...

Eu tentarei escrever todos os dias! Mesmo que seja pra postar um poema meu ou um conto. Quero me habituar a escrever todos os dias.

quinta-feira, março 01, 2007

Macabrismo

Resolvi escrever algo que pode parecer mórbido. Na verdade, é mórbido! Mas quem não não tem seu lado mórbido que atire a primeira pedra!
Lendo o texto de um amigo, comecei a questionar o grau da minha morbidez: e eu cheguei a conclusão de que eu tenho o nível máximo de morbidez!
Eu deveria contar coisas mais agradáveis para vocês, mas eu sou mórbida. Em Buenos Aires há muitas coisas agradáveis: mas também há cemitérios por lá!
Eu e K. ficamos andando juntos pelo Cemitério da Recoleta enquanto D., S. e G. faziam um outro caminho! Passávamos de túmulo em túmulo. Queríamos encontrar o túmulo da Evita! Enquanto fazíamos uma espécie de ronda pelos túmulos, percebi que havia um cheiro estranho vindo de um túmulo em especial. Não guardei o nome do defunto...devia ter guardado....cheiros sempre ficam presos na minha memória, mesmo que eu não queira!
E lá estava eu cheirando os túmulos de sei lá quem! Era um cheiro de carniça horrível o do outro túmulo. Mas eu passei a respirar mais profundamente a cada túmulo novo, como se fosse encontrar aquele mesmo cheiro sempre. E eu só percebi que eu estava fazendo aquilo depois de um tempo. Uma atitude um tanto macábra.
Quando criança, eu sempre tive medo de cemitério. Mas naquele momento eu não tive...era dia e eu estava acompanhada!
Eu não sei muito bem como explicar isso! Mas era um modo, instintivo talvez, de eu firmar a minha vida naquele lugar tão lúgubre!


obs: passamos pelo túmulo da Evita e nem percebemos que era o dela. Tão simples. Voltamos depois, com direito a explicação turística....uma comparação da Evita com o Robinwood! Digno de blogue!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Es cuestion de tiempo y fe

Bom, a viagem acabou! Eu voltei pra SP sem muita vontade de trabalhar!Um certo desânimo, uma vontade enorme de ficar mais um tempo em Buenos Aires! A cidade é linda, as companhias eram perfeitas, o albergue animado, o ônibus e o metrô baratos, a cerveja tinha um Litro (e olha que eu não bebo, mas tomei uns goles!), o ritmo totalmente férias!
Eu voltei com a corda toda para começar o Alemão. Só que, analisando a volta, por um outro lado, eu queria continuar longe de tudo! No final da viagem as pessoas mais próximas estavam partindo e isso dá uma espécie de vazio – torna-se inevitável a saudade de casa! O problema é que eu tava num clima totalmente diferente de São Paulo e quando eu cheguei e percebi que as coisas aqui continuavam absolutamente iguais – família, governo, amigos, trânsito, incertezas – aí eu queria “fugir” de tudo outra vez! Voltar pro mundo à parte! E mesmo num outro mundo a cabeça gira frenética buscando um sentido naquilo tudo. E eu achei que voltaria mais certa de tudo. Puro engano! Eu voltei confusa e descansada ao mesmo tempo. Estou fora do ritmo citadino! Estou fora de mim mesma: numa órbita nova, que ao contrário do que parece não descentraliza!
Hoje voltou o trabalho e o estudo. Não vou estudar de verdade porque a faculdade está em ritmo de festa! Eu estou em ritmo de sei lá o que!
Os causos da viagem vêm aos poucos, conforme o meu ritmo e o ritmo que me impuserem.
Queria começar contando uma história engraçada, como a chegada e a partida! Mas não vou começar...simplesmente porque eu quero pensar na viagem ainda...selecionar o que eu conto e o que eu não conto!
A Internet de casa voltará no máximo em dez dias! Assim eu sei que ficarei mais desatenta...vou ter que me controlar!

* relendo o post agora eu vi o quanto parece que eu estou desanimada. Mas eu não estou desanimada não, pelo contrário, tô cheia de fôlego pra começar coisas novas. O problema é achar por onde exatamente começar!!! E eu nem quis reeescrever o texto...=P

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Viagem acabando!!!

Tá tudo MUITO legal aqui!
K. veio para Buenos Aires na segunda. Prometi escrever sempre mas o tempo é curto e eu prefiro aproveitar as coisas do que ficar an frente de um computador: bem mais interessante!
Conheci lugares incríveis e pessoas muito especiais! Creio que algumas manterao-se próximas! E a próxima viagem será certamente para o Chile (fiz muitos amigos de lá) ou para a Bolívia! Mas até eu ter dinheiro pra viajar legal assim, vou ficar sonhando!!!
Espero que esteja tudo muito bem com a galera aí em San Pablo (como eles dizem aqui...rs)!
POr aí...digamos que...melhor impossível! Quero morar em Buenos Aires! Tirando a saudade do feijao, a água com gosto de soro (com exceçao da água do Café Tortoni, que tem o mesmo gosto da do Brasil), a falta de relógios na rua e a ausência de supermercados do tipo Carrefour espalhados pela cidade....o resto é tudo muito agradável! Ah! Alguns argentinos sao muito grossos..do tipo esbarra e nao pede desculpa ou do tipo nao quero te atender bem porque vc é brasileira e fala um portunhol maldito!
Mas o resto é muito legal! As pessoas do Hotel sao MUITO fofas! Carinhosas, atenciosas e sempre muito animadas!
Conhecer K. pessoalmente também foi umas das coisas mais legais da viagem! Quem diria...coisas que ficam muito na telinha parecem que nunca vao funcionar. Mas outras sao diferentes: pelo menos esta é!
Enfim, a viagem acaba no sábado e volta toda aquela rotina grotescae cansativa, mas que eu gosto, sempre! Esse ano tudo vai ficar muito mais complicado do que no ano passado. Pouco tempo e muita atividade. Preciso estudar muito.
Começo o ano letivo com idéias novas, pensamentos novos, abertura para coisas novas, querendo conhecer mais lugares novos..Enfim, quero aproveitar o ano o quanto for possível!
É isso...
Agora que estamos com dois computadores aqui posso escrever mais e conversar mais por msn!
besos
obs: um vendedor de rua daqui me ofereceu um vidro com uns desenhos lindos e eu perguntei como é que ele conseguia fazer aquilo num vidro e ele foi curto e grosso: " Nao te explico porque vc é brasileira e, aliás, temos o melhor jogador do mundo!". Curto e grosso...=P

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Internet concorrida!

Bom, aqui em Buenos Aires está tudo bem! Eu, Dani e Stela estamos aproveitando muito. Hoje choveu aqui...a primeira chuva nesse tempo todo!

Queremos mais tempo: duas semanas é pouco! Tem muita coisa pra fazer aqui e a gente vara a noite sempre, porque tem muita coisa pra fazer e as pessoas sao extremamente agradáveis!

Ontem tava com MUITA saudade do Brasil! Uma hora, quando estamos longe das pessoas e dos lugares comuns, sempre bate aquela saudadinha! Mas hoje estou e nao estou com saudae...O dia foi bem corrido!

Já falava muito com a Dani no Brasil, mas nao muito com a Stela! Gostamos de muita coisa em comum e rimos de coisas bobas e sem nexo! Acho que será uma nova amiga no Brasil! =P

COnhecemos lugares clássicos como Obelisco, Casa Rosada, Caminito...mas o Museu de Arte Latino Americana foi um dos passeios mais legais! Descobrimos um pintor chamado Antonio Berni, que é muito interessante! E as companhias eram boas também...duas brasileiras meio doidinhas...muito de fazer o que "der na telha"!!!

Bom, estou adorando aqui! O tempo da internet é sempre curto e nao consigo conversar com pessoas e nem escrever todos os dias aqui...só respondo algumas msg!

Beijinhos

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A cidade

Saímos do aeroporto com praticamente uma hora de atraso...esse negócio está fogo! O vôo foi tranquilíssimo. Chegamos em Buenos Aires e resolvemos ir até o albergue de ônibus, porque o taxista queria 70 pesos, enquanto o ônibus custa $1,35. Muito mais em conta, porém demorado também! Foi bom porque deu pra termos uma idéia de como é a cidade. Aliás, uma ótima ideia! Temos lugares para visitar aqui e no primeiro dias ñ deu pra saber muita coisa. No albergue há muitos chilenos: 80%. Por enquanto, apenas três brasileiros. Ainda bem! Estou sendo obrigada a treinar meu espanhol, que tá ficando um pouquinho mais rico em vocabulário!
Sou praticmente obrigada a entender o que as pessoas falam , já que a Dani pensa em francês!hahaha..Verdade, ela sempre responde "Oui"!
Quando chegamos ao albergue levamos um sustinho pois esperávamos que fosse mais interessante! O banheiro ñ é muito legal como pensávamos...nem o quarto. Mas o resto é bem legal e ficamos o dia inteiro fora, aí tudo bem!
Só consigo raciocinar em espanhol..vim escrever aqui e as palavras vem em espanhol. Difícil é me controlar pra escrever tudo em português.
Estamos pensando em passar essa semana aqui e mudar de albergue na outra. Entramos no outro e lá tem uns europeus. A Dani quer treinar o francês e o inglês. Meu inglês é bem precário mas dá pra conversar tranquilo. Eu acho! Quem sabe no ano que vêm consiga treinar o alemao.
O teclado daqui é estranho..muito ruim, porque ñ tem "til" e as teclas sao meio trocadas!
A cidade é linda. Ontem saímos com uma galera chilena! Existem lugares feios também, um lugar chamado cidade de Eva!
Hoje Dani e eu fomos até o Obelisco e a Cale Florida! As ruas daqui sao bem engraçadas! Algumas muito estreitas e outras extremamente grandes, principalmente avenidas!
Bom, contarei mais depois porque tenho que sair. A internet aqi é bem concorrida. Tirando os chineses que estao aqui (6) que tem LapTop. O resto fica na fila mesmo!
bjos

She`s living la vida loca!

Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

Cheguei em Buenos Aires!
Muito legal a cidade! Aqui é meio corrido pra usar a internet, mas eu vim escrever que tentarei entrar aqui de madrugada para contar direitinho! A cidade é muito agradàvel e aconteceram uns im previstos..mas aí conto à noite!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Ficando pra titia!

Literalmente eu estou fiacndo pra titia! O baby da minha irmã nasceu essa madrugada! Nem vi o pimpolho ainda porque ela foi ao hospital apenas para checar se estava tudo certo porque ela estava sentindo umas dores. Como era cesária e já estava marcado pro dia oito de fevereiro, ela só foi fazer uns exames porque a médica queria saber se estava tudo bem!

Eu sempre disse que o bebê nasceria no dia 28 e que ela tinha que marcar a cesária pra esse dia! Mas a médica não quis marcou pro dia 8 e aí deu no que deu. Ela começou a sentir algumas dores nas ultimas semanas e ontem foi o ápice, aí ela foi pro hospital à noite e o bebê nasceu nessa madrugada, dia 29! Quase acertei!

O tempo passa...afff...tia?

Ele vai ser aquariano (igual a mim, embora eu não ligue pra essas coisa..mas sempre falo...hahaha) e eu vou ensinar a ele como ser rebelde! A minha irmã é toda fresca. As crianças sempre me adoram e aí eu vou ensinar um monte de coisas "feias" pra ele! Gosto de criança porque a gente pode ensinar...um pouco diferente de adulto, que é turrão e na maior parte das vezes não dá o braço a torcer!
Eu falo que vou ensinar coisa "feias" mas é brincadeira! Meu sonho é educar uma criança pra que ela seja muito boazinha, obediente, estudiosa, cante, dance, toque piano, fale seis idiomas, etc.



Aí meu filho vira um drogado, maconheiro, traficante.....

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O fim de Jandira

Já era tarde da noite quando Jandira subia a rua de sua casa. Encontrou Geraldo parado na porta com a mão ensangüentada e a cara de desespero:

- Entra, diacho – gritou não muito alto para que a vizinhança não despertasse.

Enquanto entravam, ela surrou a cabeça do homem com a panela que carregava e chiou que ele devia tê-la esperado para fazerem juntos o serviço. Ela adorava ver a cara de sofrimento que elas faziam quando morriam. Era um prazer estranho que ela não revelava pra ninguém, nem mesmo pro companheiro. Sentia um prazer enorme. Às vezes, precisava até disfarçar.
O serviço era comum, já estavam acostumados. Cada dia que passava tudo ficava mais fácil: no começo matavam com faca, mas aí vieram as serras e ela preferiu adotá-las porque facilitava na hora de quebrar os ossos. Ele não gostava muito das serras, achava que eram muito barulhentas e, como o serviço era feito à noite, podia acordar os vizinhos ou chamar a atenção de quem passasse por perto.
Um dia um policial que passava pela casa percebeu o movimento estranho e ficou espiando. Quando o homem saiu da casa com a mão ensangüentada e a mulher subiu a ladeira, ele correu até ambos. A fim de burlar o polícia, os dois passaram a dar dez por cento do que ganhavam: era um dízimo especial. Assim ficou tudo resolvido. Não que eles pudessem ser presos.
Mas naquela noite Geraldo parecia estranho. Nunca mais havia esperado Jandira do lado de fora da casa depois do incidente do policial. E quando ela chegou até a cozinha ficou tão nervosa quanto ele:

- Cabrunco! Será que você não tem consciência do que você fez? – gritava.

- Calma mulher – chorando desesperadamente – eu vou consertar tudo, você vai ver!

- Eu não quero saber se você vai ou não consertar tudo! Antes, com o negócio das aves, dava pra dar um jeito. Mas agora, com isso...eu não quero nem ver. Anda, homem! Vai embora daqui e leva isso com você!

- Já vou, Jandira. Mas antes eu preciso pensar no que eu vou fazer!

- Sai, vai embora, diacho! Deixa que eu resolvo isso sozinha. Você sempre foi frouxo mesmo!

Geraldo correu dali como se a sua alforria houvesse sido decretada depois de muito sofrimento. Ele não gostava de fazer aquilo. Se envolveu nessa estória toda porque caiu de amores por Jandira. No começo detestava aquele negócio, mas depois já havia se acostumado com o cheiro de carniça e com o barulho da serra. Há coisas nessa vida que compram o coração de um homem. No caso do Geraldo fora o encantamento de Jandira por ele.
Quando os dois se conheceram, Jandira estava bêbada. Ela foi logo contando qual era o seu trabalho. Ele não fez objeção alguma. E ainda a levou até a sua casa e a enfiou embaixo da água fria. Quando se deitaram, ela foi se aproximando dele. No dia seguinte já estavam morando juntos.
Embora tenham vivido dez anos juntos, ele já não a desejava mais. As manias dela afloraram com o tempo. O que ele sentia era amor, mas um amor diferente. Era um amor acomodado, que ele decretou no dia em que a convidou para morar com ele e agora não tinha coragem de exterminar. Por isso aquele momento deu-lhe uma sensação tão grande de liberdade.
Jandira andava de um lado para o outro. Estava quase amanhecendo e ela não sabia exatamente como resolveria aquela situação. Uma única idéia surgiu e, sem tempo para disperdiçar, começou a colocá-la em prática. Limpou o corpo como se fosse o do próprio pai e logo começou a empalhá-lo.
Quando acabou o serviço já era cedo e o cansaço tomava conta do seu corpo. Percebeu só naquele momento que Geraldo tinha ido embora para sempre. As roupas e o retrato que ele mais gostava não estavam no armário. Deitou o corpo do policial ao lado dos corpos empalhados das aves que ela vendia. Uma espécie de tontura fez com que ela sentasse ao lado do corpo. Daquela vez era diferente: ela não sentia prazer porque não tinha visto a cara de sofrimento, como as aves faziam. Ele era gente.
Mas ali mesmo ela ficou. E adormeceu, assim que deitou a cabeça no peito dele e lembrou que nunca mais encontraria Geraldo.