sexta-feira, abril 27, 2007

Eu fui. Eu sou.

Eu estava fazendo um balancete hoje e vendo o quanto eu mudei do ano passado pra cá. Algumas coisas mudaram muito, outras pouco ou nada.

Eu ando muito longe de baladas, de grandes festas. Adotei, desde o ano passado, uma postura mórbida de fazer coisas lights: cineminhas, bares - às vezes botecos, porque não existe um ser nesse mundo que não goste de filosofias de botequim -, ida ao Municipal, festinhas nas casas de amigos. Minha vida social tem se resumido a isso e algumas conversas com os amigos da faculdade. Minha morbidez me fez dormir nas duas últimas baladinhas alternativas em que eu fui. Antes eu ficaria acordada no maior pique, mas nessas duas eu dormi no sofá, do lado do povo empolgado. Não que eu não tenha mais pique. Pelo contrário, eu sou uma pessoa super empolgada, mas ando abatida por um cansaço às vezes inexplicável.

Fiz vários amigos, tanto que a agenda do meu celular não me permite mais adicionar uma alma que seja. Mas isso não quer dizer que eu ligue pra eles. Eu desenvolvi outra morbidez que é não gostar de usar telefone. Uso o telefone em casa raramente, porque durante a semana nem dá pra ligar pra casa dos outros depois das onze. Acho que eu ligo de casa umas 4 vezes por mês pra alguém. Só não aboli o telefone da minha casa porque os outros usam e porque as pessoas me ligam. E uso o telefone também porque acabo tendo que fazer ligações na ONG.

Meu humor mudou! Não com as pessoas. Essas continuam me achando simpática na maior parte do tempo. Meu humor mudou pra mim, apenas. Eu ando mais exigente e chata comigo. Minha gastrite está voltando e eu me recuso a ir ao médico porque eu sei que é gastrite “nervosa”. Tenho que ficar mais tranqüila. E às vezes eu desconto nos outros esse meu mal humor. Mas não é sempre, não. Outras vezes, quando a minha intenção era ficar sozinha, aparece alguém e eu, muito poliana, recebo a pessoa com um sorriso na orelha. Na verdade eu queria ficar pensando. Só que ninguém tem que ver com meus problemas de humor.

Eu quero por tudo nessa vida uma bolsa pra ir pra Alemanha. Estou me dedicando bastante no Alemão I: faço os exercícios em casa, leio, presto atenção nas aulas. Mas eu nunca acho que é o suficiente. A partir do começo do ano que vem, buscarei informações sobre bolsas. Se alguém pudesse colaborar com informações, eu agradeceria.

As aulas de canto são sempre legais, embora a briga com a minha voz continue. Eu continuo chata com ela. E ela chata comigo, que é pra não perder a reciprocidade. Cada vez penso mais seriamente no que me dá prazer e no que não me dá. Não quero me formar e trabalhar pros outros, quero trabalhar com os outros. E a música e o teatro são as únicas coisas que me fazem olhar pra frente e pensar que eu posso ser feliz.

Não que eu não vá usar o meu curso de Letras. Ao contrário, quero utilizá-lo, por exemplo, para analisar libretos de óperas. Tanto usando a língua alemã quanto os conhecimentos de teoria literária, lingüística, fonética e etc.

Eu fiquei mais pensativa. Avalio mais as coisas e penso o quanto aquela decisão vai trazer mudanças para mim e para os envolvidos. Não tenho mais tanto medo de dizer as coisas. E embora eu nem sempre saiba o que eu realmente quero, eu sei muito bem o que eu não quero.

Com relação aos amores eu mudei. E não mudei. O garoto fosforescente. Nem preciso falar. Mas eu percebi que eu ando mais realista e menos sonhadora. Talvez eu tenha acordado um pouco e percebido a beleza da realidade (com relação aos sentimentos verdadeiros) e não só a beleza intrínseca dos sentimentos idealizados. Eu quero mais é viver. Chega de fosforescência me cegando. Só que isso não exclui o fato de eu continuar boba e esperando o príncipe-encantado-do-cavalo-branco-do-conto-de-fada.

A viagem pra Buenos Aires foi um marco, algo que eu lembrarei pra sempre. E espero conseguir viajar mais esse ano. Se eu tiver grana, a próxima aventura será a Chapada dos Veadeiros. Além da minha possível viagem a trabalho pra Macapá. Será o máximo se eu for pra área indígena na Amazônia. E pro ano que vem tenho em mente o Paraguai e o Chile. O Paraguai, se der certo mesmo, será algo do tipo interior...algo bem doidera mesmo. Não vai ser nada a “la muamba”, mas algo bem distante do comércio e da muvacada. O Chile é algo mais sonhador mesmo, meio utópico ainda. Como eu fiz vários amigos chilenos, resolvi com a minha companheira de viagem que devíamos guardar dinheiro e desbravar as terras dos chicos.

Bom, acho que não mudei muito, na verdade. Ou talvez tenha mudado tanto que eu não consiga perceber o quanto aniquilei os resquícios do meu antigo Eu.

Acho que eu cresci. Isso nem sempre é tão bom, visto que eu queria às vezes que o mundo tivesse a pureza das crianças.

Enquanto eu não consigo fazer isso aqui direito, eu vou brincando com o meu sobrinho e tentando ensinar coisas bonitinhas a ele. Afinal, “o menino é o pai do homem”. E viva a MALEMOLÊNCIA! =)

7 comentários:

Anônimo disse...

Esse post me lembrou muito a conversa que tivemos.
Uma das coisas mais encantadoras em você é a tua doçura!
Isso pode ser visto, sim, como algo um pouco ingênuo ou infantil, porque tá muito ligado à pureza; e infelizmente ligamos a pureza às crianças...
e o que deixa mais lindo ainda, é que de criança você tá longe! Você é uma puta duma mulher!
Beijão!

Mari disse...

Gabi!
vim dar uma olhada no seu blogue, amo blogues e nunca tinha passado no seu!muito legal!
eu amava ter o meu, mas infelizmente quase não me sobra tempo pra pensar e escrever em forma de crônicas!

Vi que você quer muito ir pra Alemanha...eu, claro, não sei de bolsas,rs, mas tenho uma amiga da Usp que tá lá estudando, e acho que se colocasse vocês duas em contato vcs poderiam se entender e ela te dar umas dicas de como ir também!
ela tá amando tudo por lá!

enfim, boa sorte com os projetos!
e não esquenta: esse cansaço todos nós estamos e dormir na balada, atire a primeira pedra quem nunca dormiu!rs

Beijão!

Felipe disse...

Eu ando cansado que nem vc...
eu tinha comentado com vc antes mesmo de ler o seu blog... precisamos de 2 meses num spa... só com comidinha leve, massagem e descanso... hauahauhaua...
Bjos!!!

Anônimo disse...

Nossa, esse mal humor todo... bem vinda ao meu mundo, sabe? =P

Anônimo disse...

I am the Walrus!

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Anônimo disse...

Ah! Eu e a Gabi vamos tirar um dia pra fazer um intensivão consulados!
Vamos passar no consulado da França, da Itália e da Inglaterra pra ver se eles dão dicas de como conseguir bolsas pra fora. Junte-se a nós! Aí aproveitamos e vamos no da Alemanha, o que acha?

Ah sim, antes que me esqueça também, vamos marcar uma quinta-feira de ir no Fernando Ferrer, hein?? Os dois Gab's tão loucos também pra ir! E a mãe da Gabi consegue de graça...uuuuuw!
Vamos ver aquele pianista gracinha!
Huhauahuahua
beijos!

Thalita disse...

Toda vez que eu faço aniversário escrevo algumas páginas que só me permito ler dali a um ano, no próximo aniversário. Da Thalita de 18 para a de 19 e assim por diante.
É bizarro ver como eu já fui diversas pessoas diferentes, querendo coisas diferentes, com uns raciocínios que não se combinam mais, mas tem algo que continua sempre, alguma essência que já deve nascer com a gente...

Por isso é que vc pode mudar à vontade, o quanto quiser, afinal, a sua "essência" (o jeitinho ^.^)nunca vai conseguir deixar de ser encantadora assim!

Um beijo enorme.